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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Fichamento: KARNAL, Leandro. Estados Unidos: A Formação da Nação. Editora Contexto. São Paulo. 2005.

“Foi assim os romanos no século I da era cristã e foi assim com os ingleses no século XIX.” (Karnal pág. 09).

“Isto faz parte de nossas contradições e coloca em xeque a coerência da nossa análise sobre os cidadãos e a cultura dos EUA.” (Karnal pág. 10).

“Por fim, mais do que na língua, a política mundial é dominada pelos Estados Unidos e nada no planeta pode ignorar a força militar e econômica de Washington.” (Karnal pág. 10).

“Este livro é uma contribuição sobre a origem desse país.” (Karnal pág. 10).

“Vamos analisar o surgimento e crescimento dos Estados Unidos, sua colonização e independência.” (Karnal pág. 10).

“Os que odeiam o país conhecerão melhor seu inimigo e poderão utilizar este conhecimento para vencê-lo.” (Karnal pág. 10).

“Você vai notar que faço várias referências a Shakespeare, isso se deve ao fato de ter vivido intensamente a leitura deste autor, fundamental para explicar a Inglaterra e seus derivados.” (Karnal pág. 11).

“Uma destas, explicações, talvez a pior de todas, argumenta que existem colônias de exploração e (...) povoamento.” (Karnal pág. 13).

“As colônias de exploração, é claro, seriam as ibéricas. (...) colonizadas por Portugal e Espanha existiriam apenas para enriquecer as metrópoles.” (Karnal pág. 13).

“Esta verdade tão cômoda explica o subdesenvolvimento de países como Peru, Brasil e México todos eles colônias de exploração...” (Karnal pág. 13).

“(...) as de povoamento (...) as pessoas iriam não com o objetivo de enriquecer e voltar, mas para morar na nova terra.” (Karnal pág. 13).

“(...) atitude não seria predatória, mas preocupada com o desenvolvimento local. (...) explicaria o grande desenvolvimento das áreas anglo-saxônicas (...)” (Karnal pág. 13).

“No ano 2000, um português que preparava as comemorações do quinto centenário do Brasil dizia: ‘se o Brasil é pobre porque Portugal explorava, não dava pra ter mudado alguma coisa depois de 178 anos de independência?” (Karnal pág. 14).

“(...) um escritor brasileiro, Vianna Moog, ao escrever o livro Bandeirantes e Pioneiros, contestava várias destas posturas. (...) recusa (...) a idéia de raça como elemento definidor (...) diante da biologia, a própria idéia de ‘raça’ apresenta problemas, já que todos os seres humanos pertencem a mesma espécie.” (Karnal pág. 15).

“Prosseguindo, Vianna Moog, ao explicar as diferenças entre brasileiros e norte-americanos, prefere fatores geográficos e culturais.” (Karnal pág. 15).

“Do ponto de vista cultural, Vianna Moog traça o paralelo entre a postura colonizadora católica e protestante.” (Karnal pág. 15).

“(...) a igreja católica proibia o lucro e o juro, punidos como crimes.” (Karnal pág. 16).

“Os protestantes, no entanto, particularmente os calvinistas, desenvolveram uma crítica religiosa oposta. (...) conforme analisou o sociólogo alemão Max Weber, citado por Moog.” (Karnal pág. 16).

“(...) Richard Morse (...) com seu Espelho de Próspero (...) afirma que o dito subdesenvolvimento da América Latina é uma opção cultural. (...) o mundo ibérico não ficou como está hoje por incompetência ou acidente, mas porque assim o desejou. As diferenças entre a América anglo-saxônica e a ibérica são frutos de ‘escolhas políticas’(...)” (Karnal pág. 16).

“(...) segundo Morse, a idéia de acidente, como se a América Latina fosse fruto do acaso.” (Karnal pág. 16).

“(...) a ibérica foi, em quase todos os sentidos, mais organizada, planejada e metódica que a anglo-saxônica.” (Karnal pág. 17).

“(...) só podemos falar em projeto colonial nas áreas portuguesa e espanhola.” (Karnal pág. 17).

“No século XVII, quando a América Espanhola já apresentava universidades, bispados, produções literárias e artísticas de várias gerações (...)” (Karnal pág. 17).

“Portugal e Espanha mandavam para a América, na época da conquista, alguns de seus membros mais ilustres e preparados.” (Karnal pág. 17).

“Nem de longe podemos afirmar que fenômeno semelhante tenha ocorrido na fase da conquista da América Inglesa.” (Karnal pág. 17).

“(...) a ibérica tornou-se muito mais urbana e possuía mais comércio, maior população (...)” (Karnal pág. 17).

“(...) notamos elementos que não confirmam a idéia de exploração ou povoamento. O mundo ibérico dá a idéia de permanência (...)” (Karnal pág. 17).

“As pessoas que falam destes ‘ideais’ de enriquecimento fácil (...) não levam em conta o imenso desconforto de uma viagem de navio (...) a provisões podres e altos riscos de naufrágios, piratas e corsários (piratas a serviço de um Estado).” (Karnal pág. 18).

“(...) (séc. V ao X) o poder estava fragmentado. (...) Já no século XV, a Inglaterra estava enfrentando a mais longa de todas as guerras, a Guerra dos Cem Anos (1337-1453).” (Karnal pág. 19).

“(...) a Guerra das Duas Rosas (1455-1485) (...)” (Karnal pág. 19).

“A dinastia Tudor (1485-1603), que surge deste processo, torna-se, de fato, a primeira dinastia absolutista na Inglaterra.” (Karnal pág. 19).

“Um país cansado de guerras ofereceu-se à ação dos Tudor sem grandes resistências.” (Karnal pág. 20).

“(...) as guerras atrapalharam as atividades produtivas e comerciais. (...) burgueses que, em sua maioria, viam com bons olhos um poder forte e centralizado.” (Karnal pág. 20).

“Sendo ilha (...) separada do continente, a Inglaterra sempre conservara um certo distanciamento da Europa. Muitos envolvimentos (...) com a política européia terminaram em prejuízos para os ingleses (...) a derrota na Guerra dos Cem Anos.” (Karnal pág. 20).

“O poder dos Tudors aumentou ainda mais com a Reforma religiosa (século XVI).” (Karnal pág. 20).

“Os dois maiores limites do poder real eram os nobres e a Igreja Católica. Graças à Reforma e à fraqueza da nobreza (...) foram eliminados ou diminuídos durante a dinastia Tudor.” (Karnal pág. 20).

“Um outro fator aumentou a união dos ingleses. (...) o risco de a Espanha invadir a Inglaterra (...)” (Karnal pág. 20).

“No século XVI o nacionalismo na Inglaterra fortaleceu-se. (...) coisas que os diferenciaram dos franceses e espanhóis, formando laços de união entre eles.” (Karnal pág. 20).

“(...) os ingleses estavam desenvolvendo a ‘modernidade política’. (...) independente da teologia e da moral.” (Karnal pág. 21).

“O pensamento que inicia este capítulo, retirado da fala das feiticeiras da peça Macbeth, mostra que este é um mundo no qual os valores estão em transformação.” (Karnal pág. 22).

“No final da peça Ricardo III, Shakespeare anuncia o fim da guerra civil e o advento da paz com o início do governo Tudor. (...) depois de Ricardo III qualquer rei parecia bom. (...) Shakespeare acaba nos mostrando quanto a Inglaterra é fruto também de modernidade política, seja ela York, Lancaster ou Tudor.” (Karnal pág. 22).

“(...) a Inglaterra entra na idade moderna tendo convivido com a relatividade destes valores.” (Karnal pág. 22).

“Henrique VIII (...) Ao morrer deixa como herdeiro seu filho Eduardo VI, de tendências calvinistas. (...) é seguido pelo de Maria I, carinhosamente chamada de sanguinária (...) apelido ao reprimir com grande violência os protestantes e tenta reinstalar o catolicismo na Inglaterra (...) a casar-se com o rei Filipe II da Espanha, tradicional inimigo dos ingleses. (...) Maria abre o caminho do poder para a sua meio-irmã, Elizabeth I, que por quase cinqüenta anos afirmará o anglicanismo como religião da Inglaterra.” (Karnal pág. 22 e 23).

“No século XVII, quando se iniciou a dinastia Stuart, a ilha estava fragmentada em inúmeras seitas protestantes, vários focos de resistência católicos e a Igreja anglicana oficial.” (Karnal pág. 23).

“(...) havia 2,2 milhões de ingleses em 1525 e esse número passaria a 4,1 milhões em 1601. A revolução agrícola e o progresso das manufaturas fez da era Tudor um momento de prosperidade. ” (Karnal pág. 24).

“No século XVII intensifica-se o processo de cercamentos (enclosures) que tinham se iniciado no final da idade média.” (Karnal pág. 24).

“O êxodo rural cresce consideravelmente. As cidades aumentam e o número de pobres nelas é grande. É dessa massa de pobres que sairá grande parte do contingente que emigra para a América em busca de melhores condições.” (Karnal pág. 24).

“A dinastia Stuart, ao tentar governar sem os limites do parlamento, encontra a resistência de uma parte da nação. Esta parte, encabeçada por Cromwell, manda matar Carlos I. (...) pela primeira vez um rei era morto após um julgamento, como os franceses fariam no século seguinte com Luís XVI. (...) os reis devem servir à nação e não o contrário.” (Karnal pág. 24 e 25).

“Como disse o autor Christopher Hill, a ilha da Grã-Bretanha tinha virado a ilha da ‘Grã-Loucura’.” (Karnal pág. 25).

“(...) a Inglaterra torna-se sede da primeira e efetiva revolução burguesa da Europa (...) mas tarde, formularia a ‘Declaração de Direitos’, estabelecendo novas bases para a política.” (Karnal pág. 25).

“Os choques constantes entre rei e burguesia, entre religião oficial e as seitas, bem como choques entre grupos mais democráticos e populares contra grupos burgueses mais elitizantes, tudo isso colabora para tornar o século XVII um momento conturbado na história da Inglaterra e ajuda a explicar por que o país tinha tão pouco controle sobre suas colônias.” (Karnal pág. 26).

“Outro fator (...) a alta de preços. (...) Os metais retirados da América empurravam os preços para cima e como costuma acontecer, atingiam a classe baixa de forma particularmente violenta.” (Karnal pág. 26).

“A fome e a peste (...) varrem a Europa.” (Karnal pág. 26).

“Essa situação da Inglaterra ajuda a compreender a ausência de um projeto colonial sistemático para a América e a própria ‘ausência’ da metrópole no século XVII.” (Karnal pág. 26).

“As perseguições religiosas (...) estimularam muitos grupos minoritários, como os quakers, a se refugiarem na América.” (Karnal pág. 26).

“Os colonos ingleses (...) convivem com mais religiões. (...) uma visão de mundo mais diversificada para nortear as escolhas de vida feitas na nova terra.” (Karnal pág. 27).

“O estado e a Igreja oficial, (...) não acompanharam os colonos ingleses. Aqui eles teriam de construir muita coisa nova, inclusive a memória.” (Karnal pág. 27).

“A presença européia na América é bem anterior ao século XV. Temos (...) provas concretas da presença de vikings no Canadá quase cinco séculos antes de Colombo.” (Karnal pág. 29).

“(...) donos do Oceano Atlântico, portugueses e espanhóis dividiram o Novo Mundo entre si em acordos como o de Tordesilhas.” (Karnal pág. 29).

“Ainda no final do século XV, encarregara John Cabot de explorar a América do Norte. (...) De concreto, Cabot encontraria bacalhau na Terra Nova, atualmente Canadá.” (Karnal pág. 29).

“(...) a rainha Elizabeth I concedeu permissão a Sir Walter estabeleceu – em 1584, 1585 e 1587 – expedições à terra que batizou de Virgínia, em homenagem a Elizabeth, a rainha virgem, assim chamada por nunca ter se casado. Em agosto de 1587 nascia também Virgínia, a primeira criança inglesa na América do Norte (...) Tanto a terra como a criança receberam o nome em homenagem à última soberana Tudor.” (Karnal pág. 30).

“(...) em 1590, chegou uma expedição de reforço para os colonos. (...) encontrou apenas a palavra ‘Croatoan’ escrita numa árvore.” (Karnal pág. 32).

“A Inglaterra não parecia estar profundamente interessada na colonização da América. A captura de navios espanhóis repletos de ouro e prata era considerada uma atividade melhor (...)” (Karnal pág. 32).

“No início do século XVII, já sob a dinastia Stuart, a Inglaterra reviveu o impulso colonizador. Passou o perigo espanhol imediato (...) Mais uma vez, porem, a Coroa entrega a particulares esta atividade. (...) a companhias como a de Londres e a de Plymouth.” (Karnal pág. 32).

“(...) companhias (...) organizadas por comerciantes e apresentavam todas as características de empresas capitalistas. Aqui ao contrário da América ibérica, defini-se uma colonização de empresa, não de Estado.” (Karnal pág. 33).

“(...) Plymouth receberia as terras e o monopólio do comércio entre a região da Flórida e o rio Potomac (...) Londres as terras entre os atuais cabo Fear e Nova York. (...) os holandeses compraram a ilha de Manhattan pelo equivalente a 24 dólares em contas e bugigangas. (...) os índios canarsees, acabavam de vender ao líder holandês Peter Minuit (...) o centro da cidade de Nova York chamada, no século XVII, de nova Amsterdã.” (Karnal pág. 33 e 34).

“(...) a colonização inglesa na América do Norte (...) diferentemente das áreas portuguesas e espanholas. (...) jamais promoveu um projeto de integração. O índio permaneceu um estranho (...)” (Karnal pág. 34).

“Em 1620, por exemplo, a Companhia de Londres trazia cem órfãos para a Virgínia. Da mesma maneira, mulheres eram transportadas pelas companhias para serem, literalmente, leiloadas no Novo Mundo. (...) não eram integrantes da aristocracia intelectual ou financeira da Inglaterra.” (Karnal pág. 36).

“(...) nem todos podiam pagar o alto preço de uma passagem para a América. Este fator, combinado à necessidade de mão-de-obra, fez surgir uma nova forma de servidão nas colônias: indenturent servant. (...) consistia em prestar alguns anos de trabalho gratuito à pessoa que se dispusesse a pagar a passagem do imigrante.” (Karnal pág. 36).

“Raptos de crianças na Inglaterra para vendê-las como empregadas na América, prática muito comum no século XVII, eram outra fonte de servidão.” (Karnal pág. 36).

“(...) a perseguição religiosa era uma constante na Inglaterra dos séculos XVI e XVII. A América seria um refúgio (...) Um desses grupos que chegou a Massachusetts em 1620 tinha como líderes John Robinson, William Brewster e William Bradfort, indivíduos religiosos e com formação escolar desenvolvida.” (Karnal pág. 37).

“Ainda abordo do navio que os trazia, o Mayflower, esses peregrinos firmaram um pacto estabelecendo que seguiriam leis justas e iguais.” (Karnal pág. 37).

“(...) em 1621, os sobreviventes decidiram comemorar uma festa de ação de graças (Thanksgiving) (...) utilizaram sua primeira colheita de milho (...) convidaram para a festa o chefe Massasoit, da tribo Wampanoag, que os havia auxiliado desde a sua chegada. O cardápio foi reforçado com uma ave nativa, o peru (...)” (Karnal pág. 38).

“Estes ‘puritanos’ (protestantes calvinistas) (...) constituíam (..) um grupo escolhido por Deus para criar uma sociedade de ‘eleitos’.” (Karnal pág. 38).

“Fiéis à tradição dos reformistas Lutero e Calvino, a predestinação era uma idéia forte entre eles.” (Karnal pág. 39).

“A população das colônias crescia rápido, passando de 2500 pessoas em 1620 (...) para três milhões um século depois.” (Karnal pág. 39).

“Em 1647, Massachusetts publica uma lei falando da obrigação de cada povoado com mais de cinqüenta famílias em manter um professor.” (Karnal pág. 40).

“(...) os documentos sobre educação nas colônias inglesas apresentam um caráter religioso, mas não clerical.” (Karnal pág. 40).

“Quando Samuel Davies escreve sobre as Razões para fundar universidades, insiste na necessidade de formar lideres religiosos para uma população que crescia sem parar.” (Karnal pág. 41).

“Com esta preocupação, não é difícil imaginar o surgimento de várias instituições de ensino superior nas 13 colônias.” (Karnal pág. 42).

“Apesar das variações regionais (...) e raciais (...) as 13 colônias tinham um nível de educação formal bastante superior à realidade dos séculos XVII e XVIII.” (Karnal pág. 42).

“Essa diversidade colaborou para o que chamamos de um pensamento mais ‘moderno’ na Inglaterra e, posteriormente, nas 13 colônias.” (Karnal pág. 42).

“A diversidade da Inglaterra chega com toda a força às colônias. Aqui puritanos, lá batistas, mais adiante quakers, por vezes também católicos, além de uma infinidade de pequenas seitas protestantes também de outras partes da Europa.” (Karnal pág. 43).

“Para a construção dessa Igreja-Estado tomaram-se várias providências. Primeiro estabeleceu-se que somente os membros da igreja puritana poderiam votar e ter cargos públicos. (...) Todos os novos credos deveriam ser aprovados pela igreja e pelo estado.” (Karnal pág. 44).

“(...) os quakers encontraram grande oposição dos líderes puritanos. Alguns foram até mortos como subversivos (...)” (Karnal pág. 46).

“A experiência quakers no Novo Mundo foi solidificada quando William Penn estabeleceu uma grande colônia para abrigá-los: a Pensilvânia.” (Karnal pág. 47).

“A Pensilvânia não era apenas um local para refúgio dos quakers, mas também de todas as religiões (...)” (Karnal pág. 47).

“Oferecendo terras gratuitas e a garantia de liberdade religiosa Penn atraiu grande quantidade de colonos da Europa e das outras colônias inglesas.” (Karnal pág. 47).

“No início do século XVIII, Filadélfia, capital da Pensilvânia, era uma das maiores cidades das colônias inglesas e também uma das mais alfabetizadas.” (Karnal pág. 47).

“Os problemas da Pensilvânia longe do governo pessoal de William Penn revelaram-se grandes. Choques entre as seitas, tentativa de diminuir a liberdade religiosa e outros (...)” (Karnal pág. 48).

“No século XVIII, um fenômeno chamado ‘grande despertar’ (great awakening) marcou a vida religiosa das colônias.” (Karnal pág. 48).

“Os ministros religiosos iam de povoado em povoado pregando uma religião mais emotiva e carismática.” (Karnal pág. 48).

“(...) a forte influência calvinista veio trazer um novo significado ao trabalho. O ócio é pecado, enriquecer pelo trabalho é uma obrigação do cristão, dizia o advogado francês Calvino. O trabalho (...) é uma benção e o dever básico.” (Karnal pág. 49).

“Outra grande diferença seria a realidade encontrada na América espanhola e inglesa. Ao chegarem ao México e Peru, os espanhóis encontraram civilizações já estabelecidas (...)” (Karnal pág. 49 e 50).

“Os ingleses não encontraram nada disso.” (Karnal pág. 50).

“Essa percepção leva algumas pessoas a concluírem que o mundo protestante é trabalhador e o católico preguiçoso. (...) nos dois mundos são concepções diferentes de trabalho. Os grandes esforços de trabalho no mundo ibérico católico não se voltaram, no entanto, para construir um sistema produtivo, mas imortalizar em pedra a glória de Deus.” (Karnal pág. 50).

“Dificilmente esta área poderia oferecer algum produto de que a Inglaterra necessitasse.” (Karnal pág. 50).

“Essa questão climática favoreceu o surgimento (...) de um núcleo colonial voltado à policultura, ao mercado interno (...)” (Karnal pág. 50).

“(...) destacava o consumo interno, com produtos como milho. O trabalho familiar, em pequenas propriedades (...)” (Karnal pág. 50).

“(...) surge uma próspera produção de navios. (...) pela abundância de madeira do Novo Mundo (...) usados no chamado ‘comércio triangular’.” (Karnal pág. 50 e 51).

“Esse comércio consistia simplesmente, na compra de cana e melado das Antilhas, que na colônia seriam transformados em rum. O rum obtinha fáceis mercados na África (...) trocado, usualmente, por escravos. (...) voltavam para a Nova Inglaterra com mais melado e cana para a produção de rum.” (Karnal pág. 51).

“O comércio triangular também poderia envolver a Europa, para onde os navios levavam açúcar das Antilhas, voltando com os porões repletos de produtos manufaturados.” (Karnal pág. 51).

“Outra atividade desenvolvida foi a pesca.” (Karnal pág. 52).

“A venda de peles também foi importante na economia destas colônias.” (Karnal pág. 52).

“As colônias do sul (...) abrigaram uma economia diferente.” (Karnal pág. 52).

“O produto foi o tabaco. (...) que esgota rapidamente o solo, obrigando a abrir novas áreas de cultivo.” (Karnal pág. 52).

“Como diz o historiador Huberman: ‘A vida, em todo sul, achava-se envolta numa folha de fumo. ’” (Karnal pág. 52).

“(...) impôs o uso do escravo. (...) o trabalho branco servil foi predominante no século XVII.” (Karnal pág. 52).

“Os capatazes que administravam as fazendas ganhavam um percentual sobre a produção. (...) registros de instruções de grandes proprietários sulinos aos capatazes, sobre o trato com os negros. (...) em 1759, Richard Colbin recomenda atenção sobre os escravos homens e mais indulgência com as escravas mulheres, particularmente as que estão criando filhos.” (Karnal pág. 53).

“(...) economia mais voltada ao mercado externo (...) resistirão mais à idéia de independência. (...) temiam que uma ruptura com a Inglaterra pudesse significar uma ruptura com sua estrutura econômica.” (Karnal pág. 53).

“(...) em 1760, como as colônias do sul dependiam da Inglaterra (...) quase todas as roupas vinham de lá, apesar de o sul produzir excelentes linho e algodão. (...) as colônias estarem cheias de madeira, importam bancos, cadeiras e cômodas.” (Karnal pág. 53 e 54).

“As colônias centrais (...) mais ligadas à agricultura, principalmente a de cereais.” (Karnal pág. 54).

“As (...) do norte (...) pequena propriedade, do trabalho livre, atividades manufatureiras e com um mercado interno relativamente desenvolvido, realizando o comércio triangular. As (...) do sul com o predomínio do latifúndio, voltado quase que inteiramente à exportação, ao trabalho servil e escravo e pouco desenvolvidas quanto às manufaturas. (...) diferenças (...) fundamentais tanto no momento da independência quanto no da Guerra Civil americana.” (Karnal pág. 54).

“Centenas de tribos indígenas (...) só de línguas diferentes encontravam-se mais de trezentas.” (Karnal pág. 54).

“(...) cheroquis, iroqueses, algonquinos, comanches e apaches povoavam todo o território, do Atlântico até o Pacífico. (...) outros grupos deram nomes à geografia dos EUA: Dakota, Delaware, Massachusetts, Iowa, Illinois, Missouri. (...) a história dessas tribos seria (...) modificada pela chegada dos europeus.” (Karnal pág. 54).

“As opiniões dos colonos sobre os índios (...) foram, quase sempre, negativas.” (Karnal pág. 54).

“A imigração européia havia introduzido na América do Norte doenças para as quais os índios não tinham defesa.” (Karnal pág. 55).

“(...) os índios também foram escravizados. Os colonos das Carolinas, em particular (...)” (Karnal pág. 55).

“Em 1708, a Carolina do Sul contava com 1400 escravos índios. Essa prática permaneceria até a independência.” (Karnal pág. 55).

“A expansão agrícola por sobre áreas indígenas originou violentos ataques às terras dos colonos.” (Karnal pág. 55).

“Dos diversos tratados de paz entre colonos e índios (...) surgiu a prática das reservas indígenas (...)” (Karnal pág. 55).

“(...) diferença entre o genocídio ibérico e o anglo-saxão. (...) a colonização inglesa não integrou o índio a seu universo. A católica pretendeu, ainda que de forma autoritária, integrar o índio.” (Karnal pág. 56).

“(...) experiências puritanas de conversão do índio. Havia mesmo um colégio índios em Harvard (...) pretendiam formar elites índias cristianizadas para atuarem próximos aos índios.” (Karnal pág. 57).

“A idéia de predestinação, o ideal de empresa, tudo colaborou para tornar a mestiçagem e a catequese dos índios um fracasso.” (Karnal pág. 58).

“O primeiro carregamento de escravos negros chegou à Virgínia em 1619, trazido por holandeses.” (Karnal pág. 59).

“Aos plantadores, a escravidão negra foi parecendo cada vez mais vantajosa e seu número crescia bastante.” (Karnal pág. 59).

“Leis votadas na Virgínia, em 1662, determinavam que a condição de escravo fosse dada pela mãe.” (Karnal pág. 60).

“Um código escravista da Carolina do Sul faz nesta época (1712).” (Karnal pág. 60).

“(...) proibição de os negros saírem aos domingos para a cidade a fim de evitar ajuntamentos de negros nas cidades da Carolina.” (Karnal pág. 60).

“Entre 1619 e 1860, cerca de 400 mil negros foram levados da África para os Estados Unidos. Ao fim da época colonial, havia cerca de meio milhão (...)” (Karnal pág. 61).

“Somente no século XX autores brancos e negros fariam análises com princípio menos racistas.” (Karnal pág. 62).

“Em 1700, 250 pessoas mil habitavam as 13 colônias. Na época da independência, esse número havia subido para dois milhões e meio.” (Karnal pág. 62).

“A imigração aumentava bastante no início do século XVIII. A (...) Guerra da Sucessão Espanhola havia empurrado grandes massas da Europa para a América.” (Karnal pág. 62).

“Além dos alemães, chegaram também muitos escoceses e irlandeses. Os franceses protestantes também constituíram um significativo grupo de imigrantes no século XVIII.” (Karnal pág. 63).

“Comparativamente à Inglaterra do mesmo período, havia menos pobres nas cidades da América.” (Karnal pág. 63).

“(...) a maioria da população das 13 colônias era rural.” (Karnal pág. 63).

“A família (...) assemelhava às famílias européias. (...) média de sete filhos por casa (...) A autoridade residia no pai, mas todos os membros da família deveriam trabalhar.” (Karnal pág. 63).

“As mulheres tinham trabalhos dentro e fora de casa.” (Karnal pág. 63).

“(...) solteiras casando-se por volta dos 24 anos – bem mais tarde que as mulheres européias do período.” (Karnal pág. 64).

“O universo puritano dividia a existência humana entre infância e idade adulta (...) depois dos sete anos de idade, as crianças eram vestidas como adultos pequenos.” (Karnal pág. 64 e 65).

“Casa geralmente pequenas, camas compartilhadas por várias crianças. Banheiro exterior à casa, poucos móveis.” (Karnal pág. 65).

“As roupas (...) confeccionadas em casa.” (Karnal pág. 65).

“A sociedade puritana (...) vestia-se (...) com tons escuros. (...) Quase todos os homens andavam armados, particularmente em áreas de ataques indígenas.” (Karnal pág. 65).

“(...) as populações das colônias dedicaram-se pouco a atividades de especulação filosófica ou artística.” (Karnal pág. 66).

“(...) na mentalidade de Adams (...) a guerra era a primeira atividade, depois viriam as atividades econômicas e, por fim, (...) sobraria o espaço para a arte formal propriamente dita.” (Karnal pág. 66).

“O final do século XVII e (...) o século XVIII foram acompanhados de muitas guerras na Europa e na América. (...) essas guerras significaram o início do processo de independência das 13 colônias com relação à Inglaterra.” (Karnal pág. 67).

“(...) Guerra da Liga de Augsburgo, que, nas colônias inglesas, foi chamada de Guerra do Rei Guilherme (William).” (Karnal pág. 67).

“(...) reação da Inglaterra à política expansionista do rei Luís XIV da França (...) expulsão dos protestantes franceses promovida por Luís XIV. O rei Guilherme da Inglaterra, ao subir ao trono, declara guerra à França.” (Karnal pág. 67).

“Essa guerra (1688-1697) (...) iniciam-se na Europa e contam, na América com a participação dos índios.” (Karnal pág. 67).

“Ao final da guerra, o tratado entre França e Inglaterra (...) estabeleceu a devolução de Porto Royal para os franceses (...) sido rebatizado como Nova Escócia.” (Karnal pág. 67).

“(...) os interesses dos colonos pouco importavam para a Inglaterra. (...) interessaram apenas as necessidades da Inglaterra (...) Esses tratados ajudam a explicar por que, (...) começa a se acelerar o processo de independência das 13 colônias.” (Karnal pág. 68).

“Os colonos do sul queriam o domínio do Mississipi; os do norte, o domínio do comércio de peles e a posse dos bancos pesqueiros da Terra Nova.” (Karnal pág. 68).

“(...) a Inglaterra acabou atrapalhando a luta dos colonos contra os franceses e espanhóis. O exercito inglês foi acusado pelos colonos de ineficiente, corrupto e, acima de tudo, extremamente caro para a economia das colônias.” (Karnal pág. 68).

“A guerra do rei Jorge colaborou também para despertar o interesse da França e da Inglaterra pelo vale de Ohio (...)” (Karnal pág. 69).

“Dois anos antes de começar na Europa a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), começavam na América os conflitos nomeados de Guerra Franco-Índia.” (Karnal pág. 69).

“Em junho de 1754 foi organizada uma conferencia das colônias inglesas em Albany (Nova York). (...) elaborado pelo bostoniano Benjamin Franklin, como forma de dar força aos colonos em sua luta contra os inimigos. A idéia de uma união desagradou o governo inglês (...)” (Karnal pág. 69 e 70).

“A guerra Franco-Índia e a dos Sete Anos acabaram por eliminar o império francês na América do Norte. Derrotada na Europa e na América, a França entrega para a Inglaterra uma parte de suas possessões no Caribe e no Canadá.” (Karnal pág. 70).

“(...) os habitantes das 13 colônias tinham experimentado a prática do exercito e o exercício da força para conseguir seus objetivos e haviam tido, ainda que fracamente, sentimentos de unidade contra inimigos comuns.” (Karnal pág. 70).

“(...) é absolutamente correto relacionar as guerras coloniais com as origens da independência das 13 colônias.” (Karnal pág. 70).

“A metrópole, ausente e distante, raramente interferia na vida interna das colônias.” (Karnal pág. 70).

“Essa situação tende a mudar no século XVIII. (...) Os séculos XVIII e XIX na Inglaterra, ao contrário da França, serão de relativa paz interna, favorecendo a expansão e o controle do império colonial.” (Karnal pág. 71).

“A Revolução Industrial é, antes de mais nada, a introdução de uma nova disciplina de trabalho (...) Assim, na segunda metade do século XVIII, as colônias da América são vistas como importantes fontes para alimentar o processo industrial inglês.” (Karnal pág. 71).

“Situação desagradável para os colonos: pagar por um exército que, a rigor, estava ali para policiá-los.” (Karnal pág. 71).

“Vencido o inimigo francês, os colonos queriam um expansão mais firme entre os montes Apalaches e o rio Mississipi, áreas tradicionais de grandes tribos indígenas.” (Karnal pág. 71).

“Várias tribos unidas numa confederação devastaram inúmeros fortes ingleses com táticas de guerrilha. (...) os ingleses usaram de tosos os recursos, inclusive espalhar varíola entre os índios.” (Karnal pág. 72).

“O decreto de Jorge III reconhecia a soberania indígena (...)” (Karnal pág. 72).

“O ano de 1763 marcou uma mudança na história das relações entre a Inglaterra e suas colônias.” (Karnal pág. 72).

“A Inglaterra tornou-se, após a Guerra dos Sete Anos, a grande potência mundial e passou a desenvolver uma política crescente de domínio político e econômico sobre colônias.” (Karnal pág. 72).

“Desde 1733 havia lei semelhante, no entanto os impostos sobre os produtos perdiam-se na ineficiência das alfândegas inglesas nas colônias.” (Karnal pág. 73).

“Criou-se uma corte na Nova Escócia com a jurisdição sobre todas as colônias da América para punir os que não cumprissem esta e outras leis.” (Karnal pág. 73).

“(...) a Lei do Açúcar tora claro o mecanismo mercantilista que a Inglaterra pretendia.” (Karnal pág. 73).

“(...) para alguém pagar um imposto (taxação) esta pessoa deve ter votado num representante que julgou e aprovou este imposto (representação).” (Karnal pág. 73).

“Além dos protestos como o de James Otis, os colonos organizaram boicotes às importações de produtos ingleses (...)” (Karnal pág. 73).

“(...) Lei da Moeda era restringir a autonomia das colônias. A lei da Hospedagem desejava, em última análise, tornar as colônias mais baratas para o tesouro inglês.” (Karnal pág. 74).

“Lei do Selo, 1765 (...) uma resistência organizada dos colonos a esta onda de leis mercantilistas.” (Karnal pág. 74).

“Foram realizados protestos em Boston e em outras grandes cidades.” (Karnal pág. 74).

“Em Nova York, os representantes das colônias elaboraram a ‘Declaração dos Direitos e Reivindicações’.” (Karnal pág. 74).

“(...) afirma sua lealdade em relação ao rei Jorge III. (...) invoca para as colônias os mesmos direitos que os ingleses tinham na metrópole. O documento afirma (...) às idéias do filosofo inglês John Locke, que nenhuma lei pode ser válida sem uma representação dos colonos na câmara dos comuns.” (Karnal pág. 74).

“Com a Lei do Selo, a coroa havia incomodado a elite das colônias. (...) Em 1766, o parlamento inglês viu-se obrigado a abolir a odiada lei.” (Karnal pág. 74 e 75).

“O ministro da fazenda, Charles Townshend, decretou, em 1767, (...) atos lançavam impostos sobre o vidro, corantes e chá. A assembléia de Nova York foi dissolvida (...) Foram nomeados novos funcionários para reprimir o contrabando (...)” (Karnal pág. 75).

“O resultado destas novas leis foram novos protestos (...)” (Karnal pág. 75).

“(...) em Boston (...) um choque entre americanos e soldados ingleses (...) Protestando (...) atirando bolas de neve contra o quartel. O comandante, assustado, mandara os soldados defenderem (...) acabaram disparando sobre os manifestantes. Cinco colonos morreram. Seis (...) foram feridos (...) Era 5 de março de 1770. ‘O massacre de Boston’ (...)” (Karnal pág. 76).

“(...) o monopólio do fornecimento de chá nas mãos de uma companhia, os preços naturalmente subiram.” (Karnal pág. 76).

“(...) a população procurou substituir o chá por café e chocolate para escapar do monopólio.” (Karnal pág. 76).

“A reação do parlamento inglês foi forte. Foram decretadas várias leis (...) A mais conhecida delas interditava o porto de Boston até que fosse pago o prejuízo causado pelos colonos.” (Karnal pág. 77).

“No lugar da esperada submissão das colônias, a Inglaterra conseguiu com estas medidas apenas incentivar o processo de independência.” (Karnal pág. 77).

“A independência das 13 colônias foi influenciada por muitos autores do iluminismo (...) um dos mais importantes (...) foi John Locke.” (Karnal pág. 79).

“O filosofo inglês defendia a participação política para determinar a validade de uma lei. As leis inglesas eram votadas sem que os colonos participassem da votação.” (Karnal pág. 80).

“Na visão dos colonos, o governo inglês não procurava preservar a vida, a liberdade e a propriedade.” (Karnal pág. 80).

“O filosofo inglês, ao pretender justificar um movimento em sua terra, acabou servindo de base, quase um século depois, para um movimento contra (...) a mesma Inglaterra que Locke tanto amava.” (Karnal pág. 80).

“Na verdade, as 13 colônias não se uniram por um sentimento nacional, mas por um sentimento antibritânico. Era crescente ódio à Inglaterra, não amor aos Estados Unidos (...) esse sentimento a favor da independência não foi unânime desde o princípio. (...) o sul era mais resistente à idéia da separação.” (Karnal pág. 81).

“(...) aceitando-a somente quando ficou claro que a metrópole desejava prejudicar seus interesses econômicos.” (Karnal pág. 81).

“As sociedades secretas foram uma das primeiras reações dos colonos contra as mediadas inglesas.” (Karnal pág. 81).

“(...) o Congresso Continental da Filadélfia (...) Representantes de quase todas as colônias (...) acabaram elaborando uma petição ao rei Jorge, protestando contra as medidas.” (Karnal pág. 82).

“Ao mesmo tempo em que houve tentativas de conceder maiores regalias aos colonos, foi aumentado o número de soldados ingleses na América. (...) acabou estimulando um choque entre as forças dos colonos e as inglesas.” (Karnal pág. 82).

“(...) reunindo todas as colônias, inclusive a resistente Geórgia. (...) apenas renovou seus protestos junto ao rei, que acabou decidindo declarar as colônias em rebeldia.” (Karnal pág. 82).

“Thomas Paine, Senso Comum (...) pregavam enfaticamente a separação e atribuíam ao rei os males das colônias.” (Karnal pág. 82).

“A 10 de janeiro de 1776, o folheto Senso Comum chega às livrarias da Filadélfia.” (Karnal pág. 83).

“Paine ataca não só o abuso da monarquia sobre as colônias, mas a própria monarquia como instituição.” (Karnal pág. 84).

“A Inglaterra é negada em sua condição de mãe-pátria por seus erros, pregando o autor a separação.” (Karnal pág. 85).

“A 2 de julho de 1776, o congresso da Filadélfia acaba decidindo-se pela separação e encarrega uma comissão de redigir a Declaração da Independência.” (Karnal pág. 85).

“O teor da Declaração de Independência (...) lembra o panfleto de Paine, misturando elementos de pensamento racional com argumentos religiosos.” (Karnal pág. 85 e 86).

“Thomas Jefferson não é o único, mas é o mais importante autor desse documento.” (Karnal pág. 86).

“As colônias declaram-se Estados livres e independentes sem qualquer ligação com a Grã-Bretanha. Invocando a proteção divina (...)” (Karnal pág. 86).

“Em Nova York, a estátua do rei Jorge III foi derrubada pela população entusiasmada.” (Karnal pág. 87).

“Declarar a independência era, porém, mais fácil do que lutar por ela. As colônias tiveram de enfrentar uma guerra (...) George Washington, fazendeiro da Virgínia, foi nomeado comandante das forças rebeldes.” (Karnal pág. 87).

“Os ingleses enviaram vários generais conceituados como William Howe, John Burgoyne e Lord Corwallis e tropas apoiadas pela maior marinha do mundo.” (Karnal pág. 87).

“Para piorar a situação dos rebeldes, muitos colonos passaram para o lado dos ingleses, contrários à independência ou simplesmente em busca de recompensas imediatas.” (Karnal pág. 87).

“Houve traições ainda mais graves, como a do General Benedict Arnold, que levou aos ingleses muitas informações sobre as forças rebeldes.” (Karnal pág. 87).

“Um dos fatores que mais uniu os colonos em torno da causa da independência foi a violência inglesa.” (Karnal pág. 88).

“Vitórias dos colonos – como em Saratoga – permitiram que o embaixador das colônias, Benjamin Franklin, conquistasse em definitivo o apoio espanhol e francês. A França enviou exército e marinha (...) A Holanda também aproveitou a guerra para atacar possessões inglesas (...) As rivalidades européias (...) eram (...) a favor dos colonos.” (Karnal pág. 88).

“As entradas da França e da Espanha alteram os rumos da guerra. (...) Em 19 de outubro de 1781, as tropas de colonos e seus aliados obtêm a vitória decisiva em Yorktown na Virgínia. (...) pela primeira vez, um país da Europa reconhecia a independência de uma colônia.” (Karnal pág. 88).

“A tradição política e historiográfica norte-americana elegeu alguns homens como pais da pátria ou ‘pais fundadores’. (...) George Washington e Benjamin Franklin são os dois dos mais destacados.” (Karnal pág. 88).

“Escravos, mulheres e pobres não são líderes desse movimento, a independência norte-americana é um fenômeno branco, predominantemente masculino e latifundiário ou comerciante.” (Karnal pág. 89).

“Franklin (...) Crítico da escravidão, foge do pensamento-padrão dos outros líderes, tendo em vista que a escravidão foi um dos elementos em que não chegaram as idéias de liberdade pregadas pelos colonos.” (Karnal pág. 90).

“O trabalho de construção de identidade entretanto seria longo, bem mais complicado do que escolher uma ave ou bandeira.” (Karnal pág. 91).

“Devia-se a partir de então criar um país livre com novos princípios.” (Karnal pág. 91).

“Desaparecido o inimigo em comum, restavam os problemas da organização política interna.” (Karnal pág. 91).

“(...) Benjamin Franklin havia proposto os artigos de uma Confederação e União Perpétua (...) Com base neste texto dos ‘artigos’, uma comissão passou a elaborar uma constituição.” (Karnal pág. 91).

“(...) a convenção da Filadélfia discutiu o texto da nova constituição. (...) James Madison foi um dos mais destacados redatores desse texto.” (Karnal pág. 92).

“Começa invocando o povo e falando dos direitos, inspirados em Locke.” (Karnal pág. 92).

“A maior parte dos ‘americanos’ estava excluída da participação política.” (Karnal pág. 92).

“Com a constituição, cada estado, por exemplo, tinha a liberdade de organizar suas próprias eleições.” (Karnal pág. 92).

“A constituição criou uma república federalista presidencial.” (Karnal pág. 92).

“O primeiro país atingido pela independência dos Estados Unidos foi a Inglaterra.” (Karnal pág. 93).

“A França absolutista de Luís XVI também foi atingida.” (Karnal pág. 92).

“(...) a Revolução Americana colaborou para enfraquecer o poder real e desencadear a Revolução Francesa.” (Karnal pág. 94).

“Para os índios, a independência foi negativo pois, a partir dela, aumentou-se a pressão expansionista dos brancos sobre os territórios ocupados pelas tribos indígenas.” (Karnal pág. 94).

“Para os negros escravos, foi um ato que em si nada representou.” (Karnal pág. 94).

“Surgia um novo país que, apesar de graves limitações aos olhos atuais (...) causava admiração por ser uma das mais avançadas democracias do planeta naquela ocasião.” (Karnal pág. 96).


CONCLUSÃO


Para os EUA ter chegado a um país desenvolvido e capitalista o autor cita diversos aspectos, como diversidade cultural, religiosa e racial. Mas um ponto muito importante é a educação, pois isso fez com que enquanto colônia estivesse à frente de sua metrópole. O espírito capitalista também é outro fator analisado por Max Weber em: A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Onde o sociólogo alemão usa como análise o pensamento de Benjamin Franklin sobre capital, autor esse que Karnal usa nessa obra. Tudo isso realmente contribuiu para que os EUA se tornasse grandioso. Karnal também emprega termos como companhias capitalistas do que colônia de povoamento e colônia sistemática do que de exploração. Os EUA aprendeu com a sua metrópole enquanto colônia, táticas de guerra, o que contribuiu para se pôr perante seus inimigos, que no final tiveram uma importância muito grande em sua independência: França, Espanha e Holanda (essa inimiga da Inglaterra).

Fichamento do Texto: Nação e Civilização nos Trópicos: O Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e o Projeto de uma história nacional.

GUIMARÃES, Manoel Luis Lima Salgado. Nação e Civilização nos Trópicos: O Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e o Projeto de uma história nacional. Rio de Janeiro: 5 – 24. 1988.

O IHGB (Instituto Histórico Geográfico Brasileiro) foi criado em 1838, pela SAIN (Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional), com o intuito de criar uma identidade de nação (Brasil), em um período onde o sentimento de pátria estava mais voltado para regionalidade, onde cabia a história esse papel central e a geografia a dimensão territorial e as riquezas, contidas no Brasil como um todo.

Segundo Guimarães essa historiografia criada pelo IHGB é fruto de uma geração nascida em Portugal, que aportaram no Brasil devido às guerras napoleônicas, sob influencia iluminista, herdada da SAIN, representa uma história branca, elitista, linear e progressiva, tendo como ideal a monarquia e como inimigo desse estado, as repúblicas, uma história carregada de sentido político. Um modelo diferente do europeu, onde Estado e Nação são concebidos distintamente, aqui ambos se confundem. A história na Europa enquanto disciplina ganha o mundo acadêmico, enquanto no Brasil, torna-se um atrativo da elite, ligada ao imperador, mas também como no europeu tem um caráter patriótico e religioso, influencia educacional de Coimbra. Os membros do IHGB sentem-se na condição de esclarecidos cabendo a eles a missão de instruir o povo, um conhecimento concebido de cima para baixo, fruto de uma sociedade estamental. Sentem-se continuadores da missão civilizadora dos portugueses, colocando o índio e o negro em um estado inferior. Nessa construção de uma identidade nacional, eles ficarão excluídos em um primeiro momento, sendo os negros por um longo período. O IHGB sofrerá em sua historiografia uma influencia muito grande do Institut Historique de Paris, se desvinculando de uma história enquanto marcha progressiva e adotando a compreensão do presente em direção ao futuro – mestra da vida (magistra vitae). Dentro do IHGB, dois pesquisadores influenciaram bastante o instituto com seus estudos: Von Martius que traz para dentro de seus estudos os grupos étnicos que podem ser os formadores dessa nacionalidade: as populações indígenas produzindo mitos da nacionalidade, o branco como ser civilizador e ao negro obtém pouca importância e Francisco Adolfo Varnhagen que pensa em uma história branca, excluindo os outros dois grupos étnicos. Mas a

tentativa de integrarem as populações indígenas a nacionalidade, tem um caráter de branqueamento, do que de aculturação propriamente dita, uma tentativa não de mistura, mas de eliminar uma raça inferior e sua cultura, casando índios com brancos. Já o negro seria responsável pelo atraso ao progresso do Brasil através da escravidão, como resposta a isso é a mão-de-obra indígena, como forma de eliminar esse atraso.

Na introdução, Guimarães trata da história, ganhando espaço na Europa enquanto disciplina nas universidades, onde a questão nacional tem um maior destaque. Aqui essa história ocupará um lugar nas relações sociais, onde nem todos terão acesso e participarão dela, serão somente aqueles que pertencem à elite. Herdeira de uma tradição iluminista do século XVIII. Então com o intuito de criar um espírito nacional, onde o Brasil seria visto como um todo e não em fragmentos (nativismo regional), em 1838, nasce o IHGB. Nesse momento o autor fala da questão do outro em relação ao Brasil, tanto dentro (brancos, índios e negros) quanto fora (outras nações), sendo o primeiro uma espécie de hierarquia, sendo o topo ocupado pelo branco, ligado também à questão regional, onde todos possam ver a pátria em sua totalidade e as outras nações verem o Brasil com um povo, como uma nação. Claro que vale ressaltar que antes de se pensar à questão de povo, José Bonifácio já havia pensado. Ao mesmo tempo em que procura definir uma fisionomia para essa nação, a história trata daqueles que entrarão nela e os que ficarão de fora.

Na parte II, Guimarães mostra a fundação do IHGB pela SAIN, que tem como primeiro-secretário Januário da Cunha Barbosa dando ao instituto a função de coleta e publicação de documentos relevantes para a história do Brasil e o incentivo ao ensino público voltado para a história. O Rio de Janeiro seria o instituto central, onde cada província do império teria uma filial, com o intuito de coleta e envio de dados para a matriz. Os desafios enfrentados pelo IHGB na construção dessa identidade da nação são grandes, já que o modelo usado é muito diferente da realidade do Brasil, que ainda usa mão-de-obra escrava. Tanto a SAIN quanto o IHGB pensam em unificar as regiões do Brasil. O instituto está dividido em 50 membros, sendo 25 para a sessão de história e 25 para geografia, contando com sócios nacionais e internacionais. O instituto passa a ser protegido pelo imperador, recebendo dele ajuda orçamentária, que servia para financiar viagens, pesquisas e coletas de material fora do país. A maioria dos membros da instituição tem cargos no estado imperial. A partir de 1851, a relação do imperador com a instituição torna-se mais intensa, deixando-o a parte de todas as decisões tomadas e indicando pessoas aos cargos. O contato do IHGB com o Institut Historique de Paris, partilhando conhecimento e seus 26 membros que fizeram parte dele. A historiografia criada pelo IHGB, tinha um destino certo que era os letrados ligados ao estado imperial e não as camadas mais baixas. O IHGB abrigava no século XIX, uma concepção antiga de se pensar a história, que devido a influencia francesa, mudando sua visão. A história passa a dar garantias de legitimar decisões políticas, onde cabe ao historiador indicar o caminho da felicidade, do patriotismo, do amor à monarquia, da religião e dos bons costumes. O cientista alemão Von Martius foi o primeiro a dar os alicerces para a construção de nação, ou seja, o povo seria segundo ele a mistura das três raças, destacando a importância de cada uma delas dentro do projeto de nação: o branco com a missão civilizadora, o índio como primeiro habitante, portanto criando o mito da nacionalidade e o negro é ignorado por ele. O projeto de Von Martius seria o ideal para o IHGB, mas esse recusa o convite, sendo Francisco Adolfo Varnhagem indicado para seu lugar com sua História Nacional. Para Varnhagem combater nativismo regional é a forma de despertar nos homens o sentimento pela pátria e o amor ao soberano. O IHGB passa a priorizar as fontes primárias, seguindo a moderna historiografia, dando importância central e a coleta dessas fontes dentro e fora do país. Para incentivar as produções historiográficas o imperador junto ao IHGB, promoverá concursos, onde Domingos José Gonçalves de Magalhães foi premiado por seu trabalho sobre a Balaiada e Conrado Jacob Niemeyer com a carta geográfica do império.

Na parte III, Guimarães revela que a questão indígena ocupa a maior parte dos trabalhos e fontes publicados e usados pelo IHGB, era o momento de se pensar o lugar das populações indígenas na construção da nação. Dentre os materiais usados para abordar a temática indígena estão os documentos que tratam da experiência jesuítica. Januário da Cunha Barbosa pensa em aculturação como forma de integrar o indígena a sociedade dos brancos, mas assim como Von Martius pensa no branqueamento. Para a jovem monarquia era de vital importância o controle das populações indígenas e de fronteiras. Na década de 40 do século XIX, o negro passa a ser analisado no projeto de construção nacional, onde a escravidão é vista como atraso para o país. Então passa desconstruir a noção de que o índio não serve como mão-de-obra, figura criada pelos senhores que se beneficiavam com a escravidão africana. Então o IHGB aponta como solução para a escravidão africana o uso de mão-de-obra estrangeira. Para o IHGB a construção da identidade do Brasil cabe a história e a geografia catalogar a dimensão territorial e suas riquezas. O IHGB valoriza todas as regiões e fronteiras. Essa importância dada ao IHGB na questão da problemática das fronteiras, tem como exemplo Varnhagem assessorou Dom Pedro II.

O autor dialoga com José Bonifácio sobre a miscigenação dos três grupos étnicos; as cartas de Francisco Adolfo Varnhagem ao imperador onde ele relata sobre inspirações de patriotismo livre de juízo de valores e respeito à Europa e a importância de se combater o nativismo regional como forma de despertar nos homens o sentimento pela pátria e amor ao soberano; o discurso de Dom Pedro II para mostrar a influencia do estado imperial dentro do IHGB e sua participação ativa nesse empreendimento; o trabalho de Casimir Broussais para o Institut Historique de Paris onde a história não deve ser vista como marcha progressiva e sim compreendida, do presente em direção ao futuro; Debret relata ao Institut Historique de Paris sobre o avanço do Brasil que aprendeu muito bem com os europeus a fórmula e a importância de Dom Pedro como déspota, no desenvolvimento do IHGB; a edição de novembro de 1843 do jornal Minerva Brasiliense para a necessidade de juntar as províncias, despertando em seus habitantes o amor pelo Brasil, sendo através da história a realização desse objetivo, mas para isso, haveria de ter pessoas qualificadas para compor essa historiografia; as revistas do IHGB onde a história passa a ser garantia e segurança de legitimar decisões, o dever do historiador de indicar aos não esclarecidos o caminho da felicidade, o valoroso arquivo do IHGB que segundo Manoel de Macedo ajudará ao aparelho burocrático, a desconstrução do indígena como preguiçoso, segundo Januário da Cunha Barbosa, na tentativa de que eles substituam a mão-de-obra escrava dos africanos, que segundo a instituição é responsável pelo atraso do país, o texto de Von Martius que venceu o concurso da revista em 1844, onde ele trata da mistura das três raças, que segundo ele é a base para a construção de uma identidade nacional e sua carta ao IHGB relatando a contribuição da história como incentivadora na construção do patriotismo, trazendo o progresso e ajudando a pesquisas posteriores.

“O discurso historiográfico ganha foros de cientificidade num processo em que a ‘disciplina’ história conquista definitivamente os espaços da universidade.” (Guimarães pág. 05).

“E aqui tocamos em um ponto que nos parece central para a discussão da questão nacional do Brasil e o papel da escrita da história desempenha neste processo: trata-se de precisar com clareza como esta historiografia definirá a nação brasileira, dando-lhe uma identidade própria capaz de atuar tanto externa quanto internamente.” (Guimarães pág. 06).

“Construída no campo dos limitado da academia de letrados, a nação brasileira traz consigo forte marca excludente, carregada de imagens depreciativas do ‘outro’, cujo poder de reprodução e ação extrapola o momento histórico preciso de sua construção.” (Guimarães pág. 07).

“Assim, os grandes inimigos externos do Brasil serão as repúblicas latino-americanas, corporificando a forma republicana de governo, ao mesmo tempo, a representação da barbárie.” (Guimarães pág. 07).

“(...) também a SAIN e posteriormente o IHGB pensam em projetos de natureza global, de forma a integrar as diferentes regiões do Brasil, ou melhor, de forma a viabilizar efetivamente a existência de uma totalidade ‘Brasil’.” (Guimarães pág. 08).

“Em 25 de novembro do mesmo ano, Januário da Cunha Barbosa, na qualidade de primeiro-secretário do IHGB (...) definem duas diretrizes centrais para o desenvolvimento dos trabalhos: a coleta e publicação de documentos relevantes para a história do Brasil e o incentivo, ao ensino público, de estudos de natureza histórica.” (Guimarães pág. 08).

“Cinco anos após a sua fundação, as verbas do Estado Imperial já representavam 75% do orçamento do IHGB, porcentagem que tendeu a se manter constante ao longo do século XIX.” (Guimarães pág. 09).

“(...) viagens exploratórias, pesquisas e coletas de material em arquivos estrangeiros, o IHGB se via obrigado a recorrer ao Estado com o pedido de verbas extras, pode-se avaliar como decisiva a ajuda do Estado para sua existência material.” (Guimarães pág. 09).

“(...) 27 fundadores pertencia a uma geração nascida ainda em Portugal, vinda para o Brasil na esteira das transformações produzidas na Europa em virtude da invasão napoleônica à Península Ibérica.” (Guimarães pág. 10).

“A data de 15 de dezembro passou a ser anualmente comemorada como aniversário do IHGB (...).” (Guimarães pág. 11).

“(...) Institut Historique de Paris entre os 46 membros brasileiros arrolados por Maria Alice de Oliveira Faria para o período de 1834-1850, dos quais 26 também faziam parte do IHGB.” (Guimarães pág. 12).

“Embora não claramente explicitado nos primeiros estatutos do IHGB, o objetivo de escrever uma história do Brasil esteve sempre presente.” (Guimarães pág. 13).

“A história é, assim, o meio indispensável para forjar a nacionalidade.” (Guimarães pág. 14).

“O texto, premiado em 1847, do alemão Von Martius, cientista ocupado das coisas brasileiras (...).” (Guimarães pág. 16).

“(...) realizar a idéia da mescla das três raças, lançando os alicerces para a construção do nosso mito da democracia racial.” (Guimarães pág. 16).

“Respaldados nos princípios da moderna historiografia, segundo os quais as fontes primárias desempenhariam para o trabalho do historiador um papel central, os integrantes do IHGB discutem os meios de localização de fontes imprescindíveis à história do Brasil.” (Guimarães pág. 18).

“Os estudos sobre as experiências jesuíticas no trabalho com os indígenas ganharão prioridade na Revista (...).” (Guimarães pág. 20).

“’(...) civilização e estado social’ para caracterizar o mundo dos brancos, e ‘natureza e barbárie’ para caracterizar o mundo dos indígenas (...).” (Guimarães pág. 22).

“O fato de que é a partir do IHGB no Rio de Janeiro que a leitura dessas histórias regionais será empreendida (...).” (Guimarães pág. 24).

O IHGB foi uma peça importante na construção da identidade nacional, assim como os jornais da época também tiveram importância na divulgação da independência. O nativismo regional tão combatido pelo IHGB, sobreviveu às marcas do tempo, de uma forma mais branda nas demais regiões, acentuando-se em maior escala em Pernambuco como é abordado pelo jornalista Lorenzo Aldé em Nação Pernambuco, um orgulho que ultrapassa os limites da América do Sul.